Castro Soromenho

07/10/2020

Laura Cavalcanti Padilha – Os estudos literários africanos no Brasil: percursos e desafios

Os estudos literários africanos no Brasil: percursos e desafios

O artigo, a partir da própria experiência de quem o assina, busca traçar um percurso dos estudos literários africanos no Brasil, no âmbito universitário, pensando-os desde a criação dos cursos de letras, na década de 30 do século 20. Para tanto, divide-se em duas partes: uma, relativa ao ensino, e a outra à pesquisa da qual emerge um pensamento crítico sobre as literaturas afri-canas expressas em língua portuguesa. O objetivo das reflexões propostas é contribuir para a redimensão da cultura africana na formação identitária nacional, procurando-se, pelo gesto inclusivo, elidir o silenciamento sócio-histórico e a rasura da diferença, ambos impostos pela hegemonia de uma neocolonialidade branco-ocidental mascarada sobre vários disfarces na cena cultural brasileira.”

O artigo foi publicado na revista Cerrados. Link.

03/08/2020

Manuel Rodrigues Vaz – Castro Soromenho: escritor africano

“Mesmo um ensaísta equilibrado como José Carlos Venâncio, na sua Uma perspectiva etnológica da Literatura Angolana (Ulmeiro, Lisboa, 1992), considera que embora através da personagem Joaquim Américo, de Terra Morta, o autor faz a denúncia do colonialismo, no entanto «nunca se identificando (“por dentro”) com a angolanidade, o que leva a perguntar se, de facto, Castro Soromenho se sentiu um escritor angolano».

“Testemunhos directos de quem com ele conviveu directamente dão conta, porém, da mágoa de não ser considerado isso mesmo, sentindo-se muito por ter sido ostracizado.

O cineasta angolano António Faria, autor de uma curiosa Introdução ao Cinema Angolano, e que com Castro Soromenho privou vários anos, afirma num recente artigo publicado na revista luso-francesa Latitudes, que «A enfadonha ostentação em torno da “negritude” não impediu totalmente que a obra do escritor branco fosse apresentada. O gelo anti-racista derreteu com a tradução de Terra Morta (Camaxilo, na edição de Présence Africaine, com prefácio de Roger Bastide), mas foi marcante a “decepção” pela brancura epidérmica do seu autor. E foi nessas circunstâncias que Castro Soromenho participou no 1º Congresso Internacional dos Escritores e Artistas Negros, organizado em Paris, em 1956, pela revista Présence Africaine. Castro Soromenho compreendeu as razões dos outros e superou essas e outras decepções, terá visto nisso a reacção natural da afirmação de culturas nacionalistas, de auto-estima e amor-próprio.»

A situação repetiu-se em 1962, numa outra manifestação cultural do mundo africano, ao qual o romancista aderiu, o Congresso dos Escritores Afro-Asiáticos, que se realizou no Cairo, na África onde nasceu a civilização branca. Ele foi, segundo o escritor angolano Manuel Lima, “imperdoavelmente, o grande esquecido”. Voltando a António Faria: «Castro Soromenho não deixou de considerar também o que lhe fizeram então como uma injustiça e o quanto isso o magoou. Mas a sua obra literária, com uma exactidão surpreendente, estava feita e publicada. Só a exactidão, na arte, na literatura, na ciência, na política, no pensar, é revolucionária. Ele tinha chegado lá antes de ter atingido os cinquenta anos.»

Mário Pinto de Andrade considera, no intróito duma entrevista que lhe fez em 1954, que: «Castro Soromenho é um escritor experimentado na literatura de ambiente africano, em terras da Lunda e Quiocos. Inteiramente alheio – acrescenta – a toda literatura de exaltação incondicional das lendárias figuras de “colonos”, pode-se afirmar sem margem de erro que é o primeiro europeu a iniciar com Terra Morta o romance não-colonial mas africano “tout- court”.»

E o conhecido professor brasileiro Fernando Mourão, profundo conhecedor da sua obra, vai mesmo ao ponto de afirmar: «Castro Soromenho recria esteticamente (no romance Terra morta), afastando-se do chamado romance de tese, não só a África especificamente negra, como, na segunda parte, o processo de ruptura, de uma dupla ruptura, num primeiro momento dando lugar a um sincretismo e, num segundo momento, já em nosso século, à imposição forçada da cultura do colonizador, momento de nova transição em que, se os interesses do colonizado não coincidem com os do colonizador, os deste também não coincidem com os da Nação Colonizadora, representada pelo administrador na obra do escritor. Obra localizada no espaço e no tempo, sem pretender generalizar, o que, aliás, é um de seus aspectos fundamentais.»

https://estrategizando.pt/2018/10/21/castro-soromenho-escritor-africano/

 

02/08/2020

Alvaro Macieira: Castro Soromenho – cinco depoimentos

 

F. Costa Andrade: Pró-memória.

A visão de Stella Soromenho sobre a vida e obra de seu pai.

Recordações de Carlos Serrano sobre o percurso de Soromenho.

Carlos Alberto Iannone defendeu tese sobre a obra do escritor.

A obra de Castro Soromenho vista por Óscar Lopes.

A época do exílio em França contada por Paulo Teixeira Jorge.

20/01/2020

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol. 3 – 60 a vol. 3 – 69)

Filed under: Acervo Castro Soromenho — Tags: — sobrecs @ 13:19

Vol. 3. 67. Cuvales – Banho da purificação.

06/07/2019

Susana Pimenta e Orquídea Ribeiro – O sujeito pós-colonial em Castro Soromenho, Luandino Vieira e Mia Couto

“Partindo da teoria apresentada por Hommi Bhabha acerca do sujeito pós-colonial, do sujeito in-between ou intersticial, reflete-se acerca da ideia de pós-colonialidade e da representação ou ressonância desta em Castro Soromenho, Luandino Vieira e Mia Couto. Os textos analisados tendem a afastar-se de um lugar histórico-cultural intersticial, algures entre as experiências colonial e pós-colonial (Soromenho e Vieira) e a refletir as experiências pós-coloniais dos sujeitos. O termo ‘pós-colonial’ não reúne consenso, sendo que a maioria dos críticos entende o período pós-independência como sendo ‘pós-colonial’, o que não reflete a realidade dos países africanos de língua portuguesa. O texto escrito foi o meio usado por alguns autores durante a época colonial para afirmar a identidade cultural do povo. A resistência cultural é visível em alguns textos produzidos durante o colonialismo que mostram formas de desafiar o colonizador, como os de Luandino Vieira. Mia Couto afirmou-se como escritor só no período pós-independência, mas alguns dos seus personagens identificam-se como sujeitos pós-coloniais, como é o caso de Bartolomeu em Venenos de Deus, Remédios do Diabo.”

O ensaio foi publicado em Mosaicos Culturais I – Olhares e Perspetivas, (aqui), Fernando Moreira e Orquídea Ribeiro, (editores). Agradeço a Vergílio Deniz Frutuoso a indicação do trabalho.

 

Susana Pimenta, do Centro de Estudos em Letras, CEL da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, UTAD, é autora do livro Dinâmicas Coloniais e Pós-Coloniais
Os casos de Reis Ventura, Guilhermina de Azevedo e Castro Soromenho,  Edições Humus, março de 2019, à venda na Wook.pt (aqui).

 

 

22/06/2019

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol. 3 – 50 a vol. 3 – 59)

Filed under: Literatura — sobrecs @ 9:59

Vol. 3. 57. Dança dos ovidandos, a que chamam “ualecula” (que dizem: conhecemos tudo quanto os batuques falam)

[reprodução do texto que consta no verso da fotografia]

25/05/2019

Ana T. Rocha – A voz da estepe, de Castro Soromenho

“… citando Pierre Hourcade: “(…) não conheço em qualquer outra língua, outro escritor
europeu que tenha ido tão longe no conhecimento verdadeiro da humanidade africana sem lirismo supérfluo
nem erudição etnográfica, como Castro Soromenho” (p. 5).
De facto os dois contos seleccionados justificam na perfeição as palavras do crítico francês. Soromenho
trazia, pela primeira vez à literatura de língua portuguesa, uma visão de África que, não sendo endógena, não
carregava o peso dos preconceitos, do paternalismo, do exotismo e do sentimento de superioridade do ser
europeu face ao ser africano, que sexualizava, desumanizava e infantilizava.”

 

O texto de Ana T. Rocha pode ser lido no sítio da Fundação António Agostinho Neto (aqui).

07/02/2019

Emanoeli Ballin Picolotto e Ana Paula Teixeira Porto – Viragem de Castro Soromenho: diálogos entre literatura e história de Angola

“A literatura de Angola é marcada por escritores que representam o universo africano, Castro Soromenho,
em Viragem, apresenta uma obra que permite ao leitor estabelecer diálogos entre literatura e história. O
objetivo da pesquisa é discorrer como o texto literário, relaciona-se com a história recente de Angola. O
estudo é feito através de análises e interpretações da obra, baseando-se em pesquisas bibliográficas
acerca da literatura africana de expressão portuguesa. Os resultados mostram que o livro do escritor
moçambicano, a partir de uma narrativa linear e de prosa poética, representa também a história recente
do país.”

 

O artigo está disponível na Revista de Letras Dom Aberto (aqui).

04/01/2019

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol. 3 – 40 a vol. 3 – 49)

Filed under: Acervo Castro Soromenho — Tags: — sobrecs @ 11:08

Fotos da festa da puberdade

Vol. 3. 44.

 

24/08/2018

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol. 3 – 31 a vol. 3 – 39)

Filed under: Literatura — sobrecs @ 23:26

Vol. 3. 33. Tocador de canguxi

16/08/2018

Histórias da Terra Negra (ed. russa – 1975)

Nova edição do post agora com o prefácio.


O livro, ofertado por Vergilio Deniz Frutuoso, foi incorporado ao Acervo Castro Soromenho.

 

Предисловие

Ангольский фольклор до последнего времени был у нас почти не известен, хотя устное народное творчество других стран Африки уже давно и достаточно хорошо изучено. Настоящий сборник познакомит советского читателя и с этой новой страницей культурного наследия народов Анголы.

Первый раздел сборника составляют сказки. В этом разделе можно выделить три части. В первую часть вошли сказки, записанные собирателями фольклора и опубликованные без всякой литературной обработки в сборнике «Ангольские рассказчики», который был выпущен в 1960 г. издательством Дома студентов в Лиссабоне. Составители этого сборника, ангольские студенты, обучавшиеся в то время в португальском университете, ставили перед собой задачу познакомить читателей с подлинным фольклором разных районов своей родной страны.

Во вторую часть вошли сказки из сборника «Мисосо», что значит «История», записанные в основном в районе г. Луанда и в прилегающих к нему районах, населенных народом мбунду, который говорит на языке кимбунду. Записал эти сказки известный собиратель ангольского фольклора Ошкар Рибаш, который подверг сказки незначительной литературной обработке. Выпущены они в 1961 г. в Луанде издательством «Лелло».

В третью часть вошли сказки, записанные тоже Ошкаром Рибашем, но подвергшиеся уже значительной литературной обработке. Эти сказки опубликованы в сборнике «Отзвуки моей земли», выпущенном в 1952 г. в Луанде также издательством «Лелло».

Во всех трех частях первого раздела читатель найдет обычные для любого фольклора сказки о животных, бытовые и волшебные. В них нашли отражение народные поверья и бытовые представления ангольцев, а также социальные проблемы, непосредственно связанные с особенностями колониальной политики Португалии.

Социальный мотив звучит в коротенькой сказке «Кошелек», выражающей глубокое сочувствие к рабу, умершему от голода, и осуждающей его злую хозяйку. В сказке «Самба» причина ссоры мужа с женой — нищета и голод. Во многих бытовых сказках повествуется о характерах людей. Охотники, служанки, сварливые и привередливые жены, упрямые мужья, алчные прохожие, справедливые и жестокие вожди, отважные юноши и прекрасные девушки населяют мир этих сказок.

До недавнего времени все африканское население Анголы было разделено на две категории: на «туземцев» — «индиженуш» и на «ассимилированных» — «ассимиладуш». И каждый африканец, желавший перейти в категорию «ассимиладуш», должен был доказать, что умеет писать и читать по-португальски и ведет европейский образ жизни, навсегда отказавшись от традиционных обычаев. Проблема перехода в эту «высшую» категорию не могла не волновать ангольцев, так как оплата труда рабочего «ассимиладуш» значительно превышала оплату труда рабочего «индиженуш». В ангольском фольклоре, естественно, отразилась и эта историческая действительность. Так, в одной из сказок леопард и олень, в другой — леопард и кролик, в третьей — обезьяна и олень договариваются, что они прежде, чем войдут в дом, где живут «необразованные» родственники невесты, к которой они идут свататься, спрячут ложки и тарелки — атрибуты, характеризующие европейский образ жизни, который ведут «ассимиладуш».

Сложные социальные взаимоотношения между людьми переносятся в мир животных. Так народ выражает в сказках свое сочувствие к угнетаемым и ненависть к поработителям.

Традиционны образы хитрого и злого леопарда, который неизбежно бывает наказан за свою жестокость, и властолюбивого и свирепого льва, которого более слабым животным обычно удается перехитрить.

Чтобы легче пережить голодное время, объединяются обезьяна и кролик, шакал противится произволу господина льва, помогают друг другу оса и колибри, а лиса коварно расправляется с доверчивой куропаткой. Некоторые сказки, естественно, вызывают в памяти фольклорные образы других стран, и в частности образы русских сказок.

В животных сказках представлена вся африканская фауна — то снисходительный, то властный и свирепый лев, тяжелодум слон, удав, антилопы — пакаса, сеша, бамби, жавали и всегда побеждающие более сильных зверей — кролик и черепаха. А с мудростью черепахи никому не удается поспорить.

Как и в фольклоре других народов, в ангольском редко торжествует грубая сила. Симпатии его создателей всегда на стороне слабых, маленьких, но ловких и умных. Кролик может, например, перехитрить двух огромных животных — слона и гиппопотама («Кролик, Слон и Гиппопотам»), а кролик и обезьяна запросто расправляются с жадной львицей и удавом («Кролик и Обезьяна»).

Среди бытовых сказок особое место занимает сказка «Кималауэзо», Это своего рода энциклопедия ангольских обычаев и обрядов, раскрывающих взаимоотношения родственников, а также взаимоотношения вождя и народа. Эта сказка включает в себя еще четыре сказки, которые органически входят в нее и используются для доказательства невиновности ее главного героя. По композиции и форме сказка эта напоминает лучшие образцы мирового фольклора, подобные циклу сказок «Тысячи и одной ночи».

Интересно, что во многих сказках конкретно указывается географическое место действия — в отличие от русских сказок, обычно традиционно начинающихся словами: «В некотором царстве, в некотором государстве…» Так, в одной из сказок говорится, что все произошло в Кисаме — известно, что округ Кисама (дистрикт Северная Кванза) с главным центром Мушимой был ареной исторического сражения португальцев с голландцами, в 1646 г. посягавшими на ангольские территории. В другом случае упоминается древний город Амбака (совр. область в Северной Кванзе), в третьей — Луанда (ныне главный город страны) и Пунго-Андонго — район древней столицы народа амбундо, прославившегося упорным сопротивлением португальским захватчикам. Упоминается и могучая река Кванза, уносящая на своих волнах двух девочек-близнецов. Эта конкретизация обстановки придает событиям, о которых рассказывается в сказках, характер особой достоверности.

Очень своеобразны ангольские волшебные сказки с присущими им национальными деталями. Надо сказать, что и эти сказки также имеют сходство с волшебными сказками других народов. Печальная история о злых, завистливых сестрах, погубивших свою младшую сестру, знакома людям всех стран с самого детства. Но здесь, в ангольском фольклоре, она лишь расцвечена местными реалиями, каких мы не найдем, например, в европейском фольклоре. Причудливые рисунки — орнаменты, животные, целые сцены из охотничьей жизни и др. — мастерски наносятся на кожу острием ножа и специальной иглой. И эти красного цвета рубцы навсегда остаются украшением и предметом гордости и мужчин и женщин. В сказке «Утопленница» зависть старших сестер вызывает необычайной красоты своего рода татуировка (нарезные шрамы, «скарификация»), украшающая тело младшей сестры.

Своеобразный вариант сказки «Мальчик с пальчик» представляет собой сказка «Два брата и чудовище», в которой родители, будучи не в силах прокормить своих детей, вынуждены утопить двух из них.

В фольклоре Анголы отразилась историческая трагедия страны. В сказках много жестоких сцен и убийств. И это понятно. В течение пяти веков в Анголе жизнь человека была полностью обесценена.

Еще в XVI в., по свидетельству португальского историка Абреу ди Бриту, Ангола считалась одной из самых населенных стран Африки. В 1918 г. в Анголе осталось около восьми миллионов человек. Но за последние пятьдесят лет население страны уменьшилось еще вдвое. Сейчас в Анголе живет менее четырех с половиной миллионов.

Что же произошло на плодородных и богатых реками и озерами землях Анголы? Какой смерч пронесся от ее восточных районов, от истоков великой реки Замбези на запад, к побережью Атлантического океана, и с севера, с берегов реки Кванго на юг, туда, где простерлась пустыня Калахари? История дает нам один ответ: в этом повинны работорговля и колониализм.

Начиная с 1580 г. страна систематически опустошалась жестокими захватническими войнами и вывозом рабов за океан. Как свидетельствует португальский историк Антониу Кадорнега, за одно столетие — с 1580 по 1680 г. — из страны было вывезено около миллиона рабов! Около миллиона человек корабли доставили к берегам Бразилии. А сколько африканцев погибло, защищаясь от нападения португальских наемников, сколько умерло от голода и болезней во время тяжкого пути в кандалах, под бичами надсмотрщиков-помбейруш!

Историки утверждают, что только за первое столетие работорговли погибло более четырех миллионов человек. А торговля «черным деревом» длилась свыше четырехсот лет! Африканцев все еще продолжали продавать и вывозить за океан даже и после официального запрещения работорговли. Риск, которому теперь подвергались работорговцы, только повысил цены на рабов. По сведениям известного ученого Уильяма Дюбуа, в Африке от работорговли пострадало свыше ста миллионов африканцев, из них более пятнадцати миллионов ангольцев. Пятнадцать миллионов! И еще четыре миллиона ангольских жизней унес португальский колониализм эпохи империализма. Так проводился в жизнь дьявольский план постепенного истребления коренного ангольского населения.

Такова историческая трагедия народов Анголы, таковы истоки мрачности ее фольклора. Но народ Анголы находил в себе силы не только сопротивляться угнетению, но и сохранять свою национальную самобытность, свои культурные ценности.

Сказки — самое сокровенное выражение души народа — редко рассказываются в присутствии европейцев. Лишь среди своих братьев-африканцев рассказчик чувствует себя раскованным и свободно ведет повествование. Вот что пишет по этому поводу выдающийся писатель Анголы Каштру Сороменью:

«В долгие, бессонные ночи у костров души африканцев раскрываются в поэтических образах сказок. Но когда наступает день, африканец умолкает. Он смотрит вокруг, думает о своей искалеченной судьбе и замыкается в себе, обезличиваясь перед белым человеком.

Приближаясь к своему господину, африканец становится совсем другим человеком — униженным и оскорбленным, но вынужденно покорным. Он уже не блуждает в мечтаниях, в далеком прошлом, которое кажется ему таким прекрасным. Теперь он только батрак, шахтер или грузчик. Но лишь тело, согнувшееся под тяжестью груза, лишь руки, обрабатывающие землю плантаций или вгрызающиеся в пласты рудников и шахт, не принадлежат ему. А душа остается с ним, в родной деревне, там, где стоят хижины под соломенными крышами. Ночью, при свете костров, его измученное тело вновь встречается с душой…».

Эти слова были написаны в то время, когда судьба ангольцев еще целиком зависела от их португальских господ. Сейчас положение изменилось. После падения фашистского режима в Португалии ангольский народ живет надеждой на установление в стране подлинной демократии и расового равенства. В тяжкой и долгой борьбе завоевано это право. Пройдет время, и мы узнаем, о чем мечтали, о чем слагали сказки ангольцы, сражаясь за свободу, защищая свою честь и достоинство.

Сказки, вошедшие в этот сборник, принадлежат многим народам, населяющим Анголу: гангвела, живущим на юго-западе страны, в бассейне реки Кубанго, куаньяма — из этнической группы народов амбо, населяющих юг Анголы, пустынные районы дистрикта Мосамедиш, ньянека — из юго-западной части страны и др. Все сказки были записаны собирателями фольклора на африканских языках, а потом переведены на португальский. С этого языка и сделаны переводы для настоящего сборника.

Во второй раздел сборника вошли ангольские легенды и предания «Истории Черной Земли», записанные и обработанные Каштру Сороменью. Книга была выпущена в 1961 г. в Лиссабоне.

Фернанду Монтейру ди Каштру Сороменью родился 31 января 1910 г. в Мозамбике, в португальской семье. Бабушка его была родом с островов Зеленого Мыса, и первые впечатления детства Каштру Сороменью навсегда остались связанными с ее сказками и с образом черной кормилицы, вынянчившей мальчика. Получив образование в Португалии, Каштру Сороменью по примеру отца приехал в Анголу, чтобы работать младшим чиновником колониальной администрации. Но в Анголе, находясь в постоянном близком соприкосновении с африканцами, ежедневно видя всю бесчеловечность обращения с ними, юноша решил, что не пойдет по стопам отца, хотя и мог бы преуспеть, пользуясь его поддержкой. Он стал журналистом и писателем, стал борцом против угнетения, борцом за права человека и посвятил свое творчество разоблачению португальского колониализма.

Значение Каштру Сороменью как пропагандиста и популяризатора культуры народов Анголы неоценимо. Уже его первая книга «Ньяри» (вышла в 1938 г.) вызвала огромный интерес европейского читателя.

Писатель показал в ней Анголу прошлого времени, создал светлые образы ее жителей.

Его роман «Мертвая земля» открыл миру Анголу, истекающую кровью, истерзанную португальскими колонизаторами. Этот роман стал политическим обвинением португальского колониализма.

Эта книга, по выходе сразу запрещенная в Португалии, а затем изданная в Бразилии только в 1949 г., стала откровением для всех сторонников мира и прогресса. Но ее автор умножил ряды политических изгнанников, которым не довелось снова увидеть родную землю.

С этого времени писатель жил в эмиграции, продолжая работу над новыми книгами и новыми исследованиями. Он выступал с лекциями об Анголе и ее культуре во многих странах мира, он писал статьи и очерки, но главной работой его жизни оставалась трилогия, первой частью которой был роман «Мертвая земля», второй — роман «Поворот» (изданный в 1957 г. и немедленно конфискованный цензурой) о полном крахе и разложении португальского колониализма. Третьей частью трилогии должен был стать роман «Язва», но работа над ним не была закончена — ее прервала смерть писателя. Он умер 18 июня 1968 г. в Бразилии, в городе Сан-Паулу.

Книга «Истории Черной Земли» связана с длительным пребыванием автора в глубинных районах северной части Анголы. Постоянно встречаясь там с простыми африканцами, сидя рядом с ними у ночных костров во время долгих скитаний по лесным тропам, автор имел возможность слушать своих спутников, рассказывающих истории о далеком прошлом страны. И он не был для них «белым»… Он не был для них чужаком. Поэтому они охотно делились с ним всем, что узнали некогда от своих отцов и дедов. Позднее литературный талант и глубокие знания истории и этнографии помогли писателю сделать эти рассказы художественными произведениями, которые стали выдающимися образцами ангольской литературы.

«Истории Черной Земли» — это легенды («Луежи и Илунга»), имеющие под собой реальную историческую почву, это рассказы о судьбах людей, живших на этой земле в далекие времена («Жертва», «Месть»), рассказы об обычаях и обрядах древних народов Анголы («Чистый огонь», «Священное дерево»), это широкая историческая и этнографическая панорама, на фоне которой мастерски выписаны портреты героев легенд (рабыня Самба из народа бангала — «Непроданная рабыня»).

Писатель, историк и этнограф, Каштру Сороменью создал целую галерею образов древних ангольцев, не знавших белых поработителей. Но он описал их так, как будто это с ними в древних лесах и степях Лунды он прожил бок о бок многие годы. Характеры людей, их поступки, их внешность, их обряды и взаимоотношения показаны автором без прикрас. Каштру Сороменью раскрыл сущность полуплеменного, полуфеодального строя древней Анголы. А самым большим достижением писателя является глубокое и тонкое проникновение в психологию людей, по времени столь ему далеких.

По бесконечным дорогам Анголы тех времен, когда только создавались древние государства Лунда, Касонго и Луба, но когда африканцы уже вооружились огнестрельным оружием, полученным от белых пришельцев, проводит нас автор, делая свидетелями событий и трагических и радостных. История воплощается в легенды. Легенды подтверждаются историей. Прочтите «Луежи и Илунга» и сопоставьте эту прекрасную поэтическую легенду о юной правительнице страны Лунды, о ее жестоких братьях, о ее любви к отважному чужестранцу с тем, что говорят историки. Каштру Сороменью нигде не указал времени происходящих событий. За него это сделали другие.

В книге Бэзила Дэвидсона «Новое открытие древней Африки» приводится выдержка из сочинения шотландского историка Мак-Куллоха: «Первое крупное переселение из государства Лунда произошло тогда, когда его покинули Чингули и Чиниама, братья Луежи — верховной правительницы Лунды в 1590–1610 годах. Братья и их сторонники оставили страну примерно между 1590 и 1625 годами. Одной из причин их ухода, как можно предположить, основываясь на сказаниях, было недовольство тем, что власть унаследована их сестрою… Чингули ушел на запад и в конце концов стал родоначальником племени бангала…»

У Э. Ферхюльпена, в книге «Луба и ее жители», говорится: «Нонде, третий вождь Лунды, родился между 1546 и 1549 годами. У него было два сына — Шингула и Шиниама, пьяницы и враги отца, его дочь Луежи стала правительницей, согласно воле отца, и вышла замуж за Илунгу, сына правителя народа луба. Его брат, Иалала Ибунга, был основателем второй империи Луба.

…Шингула отправился на восток и на реке Кванго основал государство. В начале XVII века он установил связь с португальцами. После него правил его сын Навежи, Мвата-Ианва»…

Сопоставьте эти цитаты с легендой. Сравните имена, события и даты… И вас убедит Каштру Сороменью, потому что его слова затронут не только ваш разум, но и сердце. Своими глазами вы увидите этих людей, природу, вас обожжет пламя жарких костров, освещающее мрак древности. Разницу же в именах можно, вероятно, объяснить более мягким произношением тех африканцев, которые были информаторами историков.

Во многих письмах ко мне, во время наших встреч мой друг и учитель Каштру Сороменью, щедро делившийся со мной своими обширными знаниями, неоднократно выражал желание увидеть книгу «Истории Черной Земли», напечатанной в Советском Союзе. Он даже сам составил план этой книги, изменил отдельные названия и внес в текст некоторые исправления. Я бережно храню этот экземпляр книги, испещренный его рукой, с новым заглавным листом, написанным им самим. Перевод, сделанный мною, — это лишь слабое выражение моей признательности, моего безграничного уважения к безвременно ушедшему прекрасному, мужественному человеку, его таланту и мастерству.

В настоящий сборник включены также две легенды из другой книги Каштру Сороменью — «Удивительное путешествие». Эти легенды записаны им самим и повествуют о происхождении ангольских народов амбвела и биено. Здесь публикуется и очерк «Черная Королева». Он является как бы эскизом книги, над которой писатель работал многие годы, по крохам собирая в древних итальянских монастырях и библиотеках сведения о легендарной героине ангольского народа. Данный вариант был прислан мне в рукописи и до сих пор не был опубликован.

Сегодня, когда народы Анголы стоят на пороге новой жизни, изучение подлинной истории страны приобретает особый смысл. В продолжение множества лет португальцы старались любыми способами вытравить из памяти народа всякое воспоминание о его прошлом, предпринимая попытки исказить и принизить значение национальной культуры Анголы. И в этом свете исследовательская работа Каштру Сороменью становится особенно ценной.

Эпический образ Нзинги Мбанди сегодня как никогда дорог ангольцам. Она была символом их героического сопротивления. Она, эта легендарная женщина, сорок лет боровшаяся с захватчиками и так и не покорившаяся, служила борцам за свободу высоким примером мужества и выдержки. Поэтому скромный навес из стеблей сухой травы над ее могилой, которая находится в самом сердце страны, и сегодня, как и раньше, охраняется и обновляется заботливыми руками ее потомков.

И так же, как этот скромный навес, непрестанно обновляемый руками многих поколений ангольцев, вдохновлял и объединял патриотов в их священной борьбе за освобождение, так сказки и легенды, вечно живые, способствуют укреплению в народе веры в его силы, в его жизнестойкость и бессмертие. Как эти шелестящие стебли, переплетаемые безымянными хранителями традиций свободы, так сказки и легенды, рассказываемые в течение многих, многих лет хранителями традиций культуры, вызывают у всего человечества огромное уважение к народу, который сумел выстоять в долгой и тяжкой борьбе и сберечь для лучшего будущего свои неповторимые культурные ценности.

 

Лидия Некрасова

 

 

 

 

05/08/2018

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol. 3 – 21 a vol. 3 – 30)

Filed under: Acervo Castro Soromenho — Tags: — sobrecs @ 1:15

Vol. 3. 26. Soba lunda ostentando, nos punhos, os seis lucanos (pulseiras símbolos da realeza)

03/07/2018

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol. 3 – 11 a vol. 3 – 20)

Filed under: Acervo Castro Soromenho — Tags: — sobrecs @ 8:06

13/03/2018

Diário de Lisboa, 1975: Manuel Ferreira ministra curso de literatura africana de expressão portuguesa

Em 6 de março de 1975, no Diário de Lisboa.

” ‘Literatura africana de expressão portuguesa’ é a cadeira do curso de Românicas que o escritor Manuel Ferreira ministra, agora, como professor contratado, na Faculdade de Letras de Lisboa. O conhecido autor de ‘Hora di Bai’, finalmente desligado das funções militares que lhe ocupavam grande parte do tempo, pode agora dedicar-se às tarefas em que, sem sombra de dúvida, nos parece mais útil ao País: escrever e ensinar.”

O artigo pode ser lido no Diário de Lisboa, Casa Comum, Fundação Mário Soares.

 

 

12/03/2018

Acervo Castro Soromenho: documentos enviados por João M. de C. S. Nogueira da Costa

Filed under: Literatura — sobrecs @ 19:02

Cópias de documentos incorporadas ao Acervo Castro Soromenho. Esses documentos nos foram enviados por João Manuel de Castro Soromenho Nogueira da Costa, a quem expressamos nossos agradecimentos.

Na página Artigos em Jornais e Revistas sobre Castro Soromenho

Artigo de Togo Batalha intitulado Castro Soromenho, publicado em A Palavra, Luanda, 1972.

 

Na página A. E. de Castro Soromenho

Do semanário O Intransigente: Huambo, 21/09/1936.

“Assim se fez: e a ‘CIDADE DO HUAMBO’ principiou a surgir da terra abençoada de ANGOLA. Não lhe deveriam ter mudado o nome.”

Do jornal A Província de Angola:

1) Duas palavras do sr. Governador do Bié (29 de agosto de 1929);

2) O administrador Soromenho – quando a cidade era Huambo (20 de setembro de 1937);

3) Do Huambo de 1912 à Nova Lisboa de Hoje (9 de junho de 1940).

 

Do jornal O Século: A circumscrição civil do Huambo (24 de dezembro de 1917).

 

Documentos sobre a carreira de A. Soromenho:

 

1) Pedido de certificado de residência desde 1897 em Quelimane, Moçambique, 14/05/1908;

2) Passaporte, Angola, provavelmente de 18/03/1911;

3) Requerimento, Moçambique, 22 de agosto de 1911;

4) Serviço extraordinário em Angola, 18/03/1910;

5) Chefe de circunscripção, Angola, 23/08/1911;

6) Pedido de certificado de registro criminal em Lourenço Marques, 04/031914;

7) Classificação do concurso para os lugares de administradores das circunscrições civis, Boletim Oficial de Angola, n. 13, de 28/03/1914;

8) Petição para mudança de nome de Caála para Vila Castro Soromenho, 31/12/1923. Anotação no alto da página: A. Soromenho agradece, mas pede desistam de seu propósito;

9) Governador do distrito da Huila, nomeado em 29/12/1924, guia de viagem de 16/02/1925.

09/03/2018

Ana Paula Teixeira Porto – Cultura e literatura africana de Angola: diálogos ininterruptos

O artigo foi publicado na revista Prâksis, v. 1, 2015..

RESUMO
Este estudo apresenta reflexões acerca dos diálogos entre literatura angolana e cultura, objetivando mostrar
como obras de autores como Manuel dos Santos Lima e Castro Soromenho realizam esse diálogo. A função
dada pelos escritores e intelectuais angolanos à literatura é a de um instrumento de registro histórico e
linguístico e de perpetuação cultural do país, para além de denúncia e contestação de regimes de opressão
vivenciados nesse espaço.
Palavras-chave: Literatura angolana. Cultura. Manuel dos Santos Lima. Castro Soromenho

07/03/2018

Atualização de link no post O Diário de Lisboa na Morte de Castro Soromenho

Constatamos que, no nosso post  “O Diário de Lisboa na morte de Castro Soromenho” (de 25/09/2011), o link para a edição do Diário de Lisboa, na qual foram publicados diversos artigos sobre Castro Soromenho, estava desatualizado. Corrigimos o link e deixaremos o post “O Diário de Lisboa…” fixo no início da página de posts durante algum tempo. Posteriormente, voltaremos a apresentar os post na ordem usual.

25/02/2018

Susana Maria Santos Martins – Exilados portugueses em Argel

Resumo:

“O estudo arranca em 1958, no rescaldo das eleições presidenciais, quando se
iniciam as movimentações oposicionistas que visam a criação de uma forte organização
unitária capaz de dar continuidade ao enorme entusiasmo popular que pautara toda a
campanha presidencial, em especial em torno da candidatura de Humberto Delgado.
A saída para o exílio de um conjunto de quadros democratas diretamente
empenhados neste processo, dinamiza a oposição no exterior e dá-lhe um progressivo
protagonismo, sobretudo a partir de 1961. A partir de então a diáspora política
portuguesa deixa de ser encarada como mero apêndice logístico do interior e reassumese
como um centro próprio de luta política. […]”

A tese de doutoramento está disponível em Pdf na rede (aqui).

19/02/2018

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol. 3 – 1 a vol. 3 – 10)

Filed under: Acervo Castro Soromenho — Tags: — sobrecs @ 17:14

Acervo Castro Soromenho: relatório “A greve dos comerciantes de Angola”.

Filed under: Acervo Castro Soromenho — Tags: — sobrecs @ 14:51

Na página Artur E. de Castro Soromenho, incluimos o texto em pdf do relatório “A greve dos comerciantes de Angola”.

09/02/2018

Acervo Fotográfico – Atualizações

Filed under: Literatura — sobrecs @ 12:21

Incluimos novas fotos nas páginas  C. S. e amigos e C. S. e família. Neste post, apresentamos apenas algumas delas sem as legendas.

 

 

 

 

01/02/2018

Nova página : Acervo fotográfico Castro Soromenho e família

Filed under: Acervo Castro Soromenho — sobrecs @ 16:00

08/01/2018

Acervo Castro Soromenho: relatório “Revolta de Luanda”

Filed under: Acervo Castro Soromenho — sobrecs @ 15:41

Na página Artur E. de Castro Soromenho, incluimos o texto em pdf do relatório “Revolta de Luanda”.

02/01/2018

Acervo Castro Soromenho: relatório “Mão de Obra Indigena”

Filed under: Acervo Castro Soromenho — sobrecs @ 16:45

Na página Artur E. de Castro Soromenho, incluimos o texto em pdf do relatório “Mão de Obra Indigena”.

14/11/2017

Francisco M. A. Soares – As duas fases e as duas faces de Castro Soromenho

Trecho:

“[…] em A chaga parece que, de facto, as personagens locais, não coloniais, são remetidas para o “pano de fundo” da História e perdem qualquer densidade psicológica. Porém, repare-se no princípio e no fim do livro. Há um homem, africano, que, de cima, olha o pequeno núcleo colonial continuamente e com mágoa. O principal colono da estória e dali roubou-lhe as terras. O fecho do romance pertence, também, ao colonizado e nos dá, em poucas frases, toda a complexa realidade psicológica da situação colonial na mente dos colonizados. É como se toda a estória fosse vista e supervisionada pelo africano refratário a tal mundo, como se tivesse estado sempre ali a ver a estória desenrolar-se, preparado para o seu fecho. Insuperável esse fecho, verdadeira chave de ouro, em breves e densas palavras nos fornece a chave da narrativa e a justificação do próprio título.”

O artigo pode ser lido no blog A Ruga e a Mão (aqui).

02/11/2017

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol.2 – 51 a vol.2 – 75)

Filed under: Acervo Castro Soromenho — Tags: — sobrecs @ 9:03

04/10/2017

Sócrates Dáskalos – Um testemunho para a História de Angola

Trecho:

“Agora sentíamo-nos de facto em liberdade e emocionados com a perspectiva de
conhecer Paris.
Chegados aqui e cumprindo todas as regras para evitar encontros desagradáveis,
aportámos enfim em casa do Castro Soromenho cuja morada sabíamos de cor.
Foi uma alegria conhecer o Castro Soromenho, um mais velho cuja vida em Paris não
era fácil, que nos encorajou e encaminhou para o então primeiro e único embaixador de
Angola na Europa, o inesquecível Câmara Pires, inesquecível para todos os angolanos
que naquela época procuravam no exílio a única possibilidade de sobreviver
continuando a consagrar-se à luta pela libertação da sua terra.
Naquela altura eu já era quarentão mas senti inveja de um Câmara Pires que já
teria os sessenta e tais e parecia comportar-se como um jovem, sacrificava-se como um
jovem sabendo previamente que não iria beneficiar da sua dedicação e sacrifício.
Câmara Pires era um homem fora de série, um africano mestiço, muito culto,
habituado ao convívio com a grande burguesia europeia, que cultivava a ironia, sabia
ser severo quando necessário e sabia atender a juventude negra, branca ou mestiça,
todos “revolucionários” que chegava a Paris e precisava do apoio do “embaixador” da
rua Hypollite Mandron n.º 7. Resumindo, era um homem vivido, generoso sem ser
ingénuo, que sentia o momento que passava de grandes transformações em África e na
sua terra
Na sua casa de Paris arranjava-se sempre comida e dormida nas grandes aflições.
O Câmara não era comunista nem socialista declarado, mas era um homem aberto às
ideias de esquerda e como tinha boas relações em Paris safava muita gente de problemas
delicados.”

O livro, com prefácio de Manuel Rui e preâmbulo de Adelino Torres, está disponível em pdf no Adelinotorres.info (aqui).

01/10/2017

Fernando Mourão (1934-2017)

Filed under: Literatura — sobrecs @ 21:47

Morre Fernando Mourão.

É com o mais profundo pesar que comunicamos o falecimento do grande amigo Fernando Augusto Albuquerque Mourão, no dia 30 de setembro, de 2017, em São Paulo.

À Iara e família, os nossos sentimentos.

Fernando Mourão, nascido em 1934 no Rio de Janeiro, foi um dos mais importantes estudiosos da cultura africana de expressão portuguesa. Professor da Universidade de São Paulo (FFLCH), teve participação decisiva na criação do Centro de Estudos Africanos (USP).

links:

http://istoe.com.br/morre-o-professor-da-usp-fernando-albuquerque-mourao-2/

http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,morre-o-professor-da-usp-fernando-albuquerque-mourao,70002023273

 

 

Seu livro A Sociedade Angolana Através da Literatura é um clássico sobre Angola e a obra de Castro Soromenho.

 

 

Bibliografia relativa a Castro Soromenho:

MOURÃO, Fernando Augusto Albuquerque. A sociedade angolana através da literatura. São Paulo, Ed. Ática, 1978. (Coleção Ensaios: 38)

MOURÃO, Fernando Augusto Albuquerque. A sociedade angolana através da literatura: a Lunda na obra de Castro Soromenho. São Paulo, 1969. Dissertação de mestrado em Ciência Sociais – Sociologia, apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciência Humanas da Universidade de São Paulo. Inclui bio-bibliografia.

MOURÃO, Fernando Augusto Albuquerque. Bastide, Roger. L´Afrique dans l´oeuvre de Castro Soromenho. Paris, Jean Pierre Oswald, 1959, Vértice, Coimbra, 20 (199) : 216-7, abr. 1960,  Recensão.

MOURÃO, Fernando Augusto Albuquerque. Entrevista com Castro Soromenho. Cultura: boletim da Sociedade Cultural de Angola, 2 (11): 7, maio, 1960.

MOURÃO, Fernando Augusto Albuquerque. Estudo introdutório. In: Antologia de Contistas Angolanos. Lisboa, Casa dos Estudantes do Império, 1960. p. ix-x.

MOURÃO, Fernando Augusto Albuquerque. Roger Bastide e Angola: a Lunda na obra de Castro Soromenho. Afro-Ásia, Salvador, no 12:141-4, 1976.

MOURÃO, Fernando Augusto Albuquerque. Soromenho, F. M. C. Histórias da terra negra. Lisboa, Editorial Gleba, 1960. Mensagem (Casa dos Estudantes do Império), Lisboa, 1960.

MOURÃO, Fernando Augusto Albuquerque. Soromenho, F. M. C. Mistérios da terra: mucanda, cangongo. Mensagem (Casa dos Estudantes do Império), Lisboa, 1960 .

MOURÃO, Fernando Augusto Albuquerque.; FURTADO, Cláudio A.; VALENTE, Francisco. Bibliografia sobre Fernando Monteiro de Castro Soromenho. África: Revista do Centro de Estudos Africanos, USP. S. Paulo, 11 (1): 165-186, 1988.

MOURÃO, Fernando Augusto Albuquerque.; RODRIGUES QUEMEL, Maria Angélica. Contribuição a uma Bio-bibliografia sobre Fernando Monteiro de Castro Soromenho. São Paulo: Centro de Estudos Africanos, Univ. de São Paulo. 72 pp, 1977.

 

 

12/09/2017

Thiago Mio Salla – Graciliano Ramos do outro lado do Atlântico

Graciliano Ramos do outro lado do Atlântico: a difusão e a recepção da obra do autor de Vidas Secas em Portugal entre as décadas de 1930 e 1950. 

Resumo:

“O presente trabalho tem como objetivo estudar as diferentes facetas da recepção e da divulgação da obra de Graciliano Ramos em Portugal ao longo dos anos de 1930, 1940 e 1950. Trata-se de um período marcado, entre outros aspectos, 1) pela ampliação, em termos editoriais, da indústria do livro brasileira, o que teria dado início a um processo de inversão de influência tipográfica entre Portugal e Brasil; 2) pela emergência, no âmbito artístico, do neorrealismo luso e pela singular presença da literatura brasileira em terras portuguesas; 3) e, em termos políticos e culturais, pelo esforço de aproximação formal entre os governos de Getúlio e Salazar. Com ênfase nas dimensões jornalística, epistolar e editorial relativas à chegada e à ressonância de Graciliano em Portugal, procurou-se observar como, para além de leituras e apropriações neorrealistas, presencistas e estadonovistas, as produções do autor alagoano se firmaram no panorama cultural português e consolidaram seu nome como um dos principais prosadores de nosso idioma.”

A tese de doutorado de Thiago Mio Salla, orientada por Paulo Fernando da Motta de Oliveira, recebeu Menção Honrosa no Prêmio Tese Destaque USP 2017.

(http://www.prpg.usp.br/index.php/pt-br/noticias/4444-resultado-do-premio-tese-destaque-usp-2017).

 

O texto completo na Biblioteca Digital USP: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8156/tde-17082016-122106/pt-br.php .

 

Para os pesquisadores interessados em Castro Soromenho, a tese aborda um aspecto pouco investigado das atividades do escritor: o papel de Castro Soromenho na divulgação e tentativa de publicação em Portugal da obra de Graciliano e outros escritores brasileiros.

Thiago Mio Salla organizou, com Ieda Lebensztayn, o livro Conversas – Graciliano Ramos.

 

 

27/08/2017

Fernando Campos – O eu e o outro

No Sítio dos Desenho, artigo e caricatura de autoria de Fernando Campos.

http://ositiodosdesenhos.blogspot.com.br/2017/08/o-eu-e-o-outro.html?spref=fb

Agradeço a Vergílio Deniz Frutuoso a indicação do artigo.

13/07/2017

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol.2 – 39 a vol.2 – 50)

Filed under: Acervo Castro Soromenho — Tags: — sobrecs @ 16:34

 

Túmulo de caçador

24/06/2017

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol.2 – 22 a vol.2 – 38)

Filed under: Literatura — sobrecs @ 16:43

14/06/2017

Página Dossiê PIDE: atualização

Apresentamos novos documentos na página Dossiê PIDE.

13/06/2017

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol.2 – 11 a vol.2 – 21)

Filed under: Acervo Castro Soromenho — sobrecs @ 13:09

23/03/2017

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol.2 – 1 a vol.2 – 10)

Filed under: Acervo Castro Soromenho — Tags: — sobrecs @ 11:37

Jovem com penteado de noivado

14/02/2017

Stella Saés – Chinua Achebe e Castro Soromenho: compromisso político e consciência histórica em perspectivas literárias (dissertação)

“Resumo em português
No exercício de comparativismo literário entre as obras Things fall apart, do escritor nigeriano Chinua Achebe (1958), e Terra morta, do angolano Castro Soromenho (1949), é possível estabelecer aproximações e distanciamentos que dialogam entre si e podem trazer reflexões relevantes para o estudo das literaturas africanas. Enquanto a primeira oferece uma visão inédita a respeito do funcionamento interno da sociedade Ibo na Nigéria diante da situação colonial, a segunda transparece as frágeis relações dos colonos portugueses nas instituições políticas, econômicas e sociais do império na região da Lunda em Angola. Já por esse aspecto, os romances convergem para um panorama em comum ao apresentarem tanto o colonizado em Things fall apart quanto o colonizador em Terra morta de maneira distante dos estereótipos retratados pelas figuras coloniais, justamente por problematizarem questões internas e clivagens sociais e históricas. Assim, ao evidenciaram as fraturas internas, contribuem com a crítica sobre o sistema colonial ao mesmo tempo em que ajudam a construir outras visões históricas sobre o tema. Desse modo, as duas obras distanciam-se abertamente quanto aos contextos coloniais, que exigem, diante de uma leitura comparativa, um arcabouço teórico-crítico múltiplo que abarque as diferenças existentes nas dinâmicas coloniais e em seus contextos africanos específicos. O fato de os dois romances trazerem à cena regiões específicas na Nigéria habitada pelo povo Ibo e em Angola determinada como o espaço Lunda – e apresentarem uma multiplicidade de questões étnicas, raciais, sociais e identitárias, acaba distanciando os dois livros em perspectiva comparatista. Em termos aproximativos, no entanto, a problematização dos espaços e personagens retratados nas narrativas e a figura do narrador que assume posições políticas que se aproximam da categoria do autor implícito (BOOTH, 1983), permitem também uma leitura analítico-comparativa entre os romances. Se, por um lado, os contextos sociais e históricos distanciam os escritores e seus produtos literários; os romances se aproximam não apenas pelas categorias narrativas de personagens e espaço, mas também pela posição político-ideológica assumida por seus narradores. A consciência histórica e o compromisso político diante dos fatos narrados estão presentes na representação literária como uma tentativa de entender o funcionamento e apresentar uma crítica aos diferentes processos coloniais.”

31/01/2017

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol.1 – 74 a vol.1 – 89)

Filed under: Acervo Castro Soromenho — sobrecs @ 10:19

vol10089

 

08/11/2016

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol.1 – 64 a vol.1 – 73)

Filed under: Acervo Castro Soromenho — Tags: — sobrecs @ 15:12

vol1067

vol1072

05/11/2016

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol.1 – 51 a vol.1 – 63)

Filed under: Acervo Castro Soromenho — sobrecs @ 16:38

vol10058

30/10/2016

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol.1 – 41 a vol.1 – 50)

Filed under: Acervo Castro Soromenho — Tags: — sobrecs @ 19:51

vol10050

01/10/2016

Stella Susana de Castro Soromenho

Filed under: Literatura — sobrecs @ 0:50

Dos tempos em que construíamos a nossa democracia.

Stella Susana de Castro Soromenho

28/09/2016

Minha fotografia preferida do ACS – África

Filed under: Acervo Castro Soromenho, Literatura — sobrecs @ 0:18

Rocha e ponte

 

Sou atraído pela rocha no primeiro plano, maciça, a impor-se ao rio, e, por sua centralidade, a orientar o meu olhar.
A coluna de pedra no centro da fotografia, na margem esquerda do rio, às vezes me parece uma pintura. É larga e sólida à primeira vista, mas, depois, me parece tênue, quase translúcida, como se fosse o detalhe de uma aquarela. E, no entanto, sustenta a ponte.
As figuras, do centro para a direita. No começo, posturas coloquiais, uma família, criança ao colo. À medida que o meu olhar se dirige para a direita, as figuras se mostram mais sólidas, estáticas. Mas não é uma transição de todo gradual. A distância entre o penúltimo e o último homem, esse espaço vazio sobre a ponte, acentua, na verdade, a ruptura entre o quadro coloquial e o homem à direita, isolado e ereto, uma estátua, que faz contraponto à rocha, que primeiro atraiu o meu olhar.
E o rio, que parece pedra líquida.
O envelhecimento da fotografia transformou o céu. É como se fosse tecido amarelecido pelos anos. É um pano de fundo, estranho, inquietante.”

29/08/2016

Stela Saes – Chinua Achebe e Castro Soromenho: compromisso político e consciência histórica em perspectivas literárias

Resumo: As obras Things fall apart, do escritor nigeriano Chinua Achebe (1958), e Terra morta, do angolano Castro Soromenho (1949), compõem o início de duas trilogias conhecidas como fundadoras das literaturas de seus países. Enquanto a primeira oferece uma visão inédita a respeito do funcionamento da sociedade Ibo na Nigéria sobre as questões coloniais, a segunda transparece as frágeis relações coloniais dos portugueses nas instituições políticos, econômicas e sociais do império na região de Lunda em Angola. O que aproxima os dois romances é o fato de seus narradores – assim como seus autores – não idealizarem as sociedades retratadas, sejam elas oprimidas ou opressoras. A consciência histórica e o compromisso político diante dos fatos narrados estão presentes na representação literária como uma tentativa de entender o funcionamento e, aí sim, apresentar a crítica aos diferentes processos coloniais. A narrativa, portanto, carrega, em certa medida, a vivência e a consciência política de seus autores que, compromissados com a realidade de seus países, buscaram entender a história e desmitificar as relações sociais.

O artigo está disponível nos anais do XIV Congresso Internacional da Abralic.

A autora defenderá a dissertação na USP.

Data: 19/09/2016 – 14:00

  1. Candidato: Stela Saes
    Título: Chinua Achebe e Castro Soromenho: compromisso político e consciência histórica em perspectivas literárias

    Programa: Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa

    Nivel: Mestrado
    Orientador: Profa. Dra. Rejane Vecchia da Rocha e Silva
    Banca: Profs. Drs. Vima Lia de Rossi Martin (FFLCH – USP) e Marcia Valéria Zamboni Gobbi (UNESP)
    Local: Rua do Lago, 717 CEP: 05508-080 – Cidade Universitária São Paulo – SP / Brasil
    Sala: Eventos(nº 124). Capacidade: 30 pessoas

 

23/04/2016

Terra Morta – Angola, 2015

SOROMENHO, F.M.C. - Terra Morta - 11CLA - (c)

SOROMENHO, F.M.C. - Terra Morta - 11CLA - (cc)

28/02/2016

Morreu Lúcio Lara

Filed under: Literatura — sobrecs @ 10:33

Morre aos 86 anos Lúcio Lara (Tchiweka), uma das mais importantes figuras da história da luta pela independência de Angola.

http://novojornal.co.ao/artigo/61739/morreu-o-nacionalista-l-cio-lara

 

Associação Tchiweka de Documentação

https://sites.google.com/site/tchiweka/

 

23/12/2015

Ivo Ferreira – Terra Morta: Colonização, poder e raça na narrativa de Soromenho

“Observemos a construção simbólica, na obra de Soromenho, ao colocar o colonizador como nomeador do colonizado e essa nomeação se dá de forma negativa através da animalização do colonizado na figura da subserviência canina e da repugnância do roedor. Algo que é reproduzido por outros colonizados (o cozinheiro Cebola, os sipaios e os outros empregados), normalizando a inferioridade dos iguais e fixando uma construção mental dessa inferioridade, criando, assim, redes de poder permeando todo o corpo social subdividindo-se em micro-poderes, extensos às instituições que formam os hábitos, discursos e mentalidades. Apesar de Terra Morta não carregar em suas páginas sequer menções ao papel da igreja católica na implantação da base ideológica da colonização angolana, em contrapartida, abusa da exposição da validação da superioridade branca sendo implantada no imaginário dos nativos. Essa se dá através, principalmente da desvalorização de imagem e cultura da população local. O colonizador não só nomeia o colonizado como ainda impede-o de ter voz. Essa dicotomia branco, colonizador, “superior” X negro, colonizado, “inferior”, que marca o lugar social de cada um, apresenta-se diversas vezes nas páginas de Terra Morta. O autor deixa nas entrelinhas essa situação como algo que vai fixando-se no imaginário local de ambas as partes.”

O trabalho está no II Xirê das Letras em Pdf.

05/12/2015

Barbara Leß-Correia Mesquita: ANGOLA ENTDECKEN!

 

 

 

Angola Entdecken1Angola Entdecken2

21/10/2015

Associação Tchiweka de Documentação e da Geração 80: Independência, documentário.

Filed under: Literatura — sobrecs @ 20:04

 

TchiwekeIndepencia0

Press Kit Independência Pdf

 

Tchiweka Independência1

 

Tchiweka Independencia2

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

27/08/2015

Jaime Nogueira Pinto – Os tristes trópicos de Castro Soromenho

“A ‘terra morta’ do Camaxilo é um destes recantos dos ‘tristes trópicos’ portugueses: a terra pequena, os velhos colonos desiludidos e falhados que vão definhando e morrendo na nostalgia dos áureos tempos da borracha, entre filhos mulatos e mães negras; os administrativos, ‘os brancos do Governo’, partilhando arrogâncias, invejas, sentimentos e ressentimentos, reproduzindo em terra africana as grandezas e misérias da burocracia nacional; os sipaios, os locais que servem a ordem e a lei dos ‘brancos do Governo’, impondo essa lei e essa ordem aos seus irmãos de pele com berros e palmatoadas […]”

 

O artigo foi publicado no Jornal Sol.

Terra Morta – União dos Escritores Angolanos e Endiama, 1989

Terra morta UEA-Endiama

Sobrecapa de Costa Andrade

Terra morta UEA-Endiama cc

20/06/2015

Teatro: A força do Lukano

Do Jornal de Angola:

“o espectáculo “A força do Lukano”, do grupo Tic Tac, sobre a ascensão do império Lunda, encenado com base nos textos de Pepetela, Castro Soromenho e Manzambe Fernandes.
O assistente de encenação do grupo, Nelson Gonçalves, disse que a peça foi adaptada por Dom Pedro e Orlando Domingos, que procuraram respeitar os textos originais e preservar o pensamento dos três autores, apesar de alguns pequenos enquadramentos cénicos. O espectáculo, conta, é uma adaptação das aventuras e do drama da rainha Lunda, Lueji, que ascendeu ao poder numa época em que as mulheres não podiam governar. “Desta forma vamos também incentivar a luta pela emancipação das mulheres e mostrar a sua importância na formação de um império, mas também de uma sociedade, pois hoje elas têm um papel muito activo nas suas famílias”, defendeu.”

http://jornaldeangola.sapo.ao/cultura/danca_e_teatro/fabulas_e_lukano_da_lunda_sao_destaques

http://jornaldeangola.sapo.ao/cultura/teatro/kulonga_exibe_peca_em_maputo

https://www.youtube.com/watch?v=j_MVC_hmXR0

04/06/2015

José Augusto França – Castro Soromenho: nota brevíssima à sua memória

“Castro Soromenho representa, na literatura contemporânea portuguesa, um caso único, em sua temática africana, pelo valor romanesco e pela situação ideológica de sua obra. Assim diria, como diz, qualquer história da literatura.

Mas esta África, ou esta Angola, ou esta Lunda, que nela se identifica, tem uma dupla máscara, do viver nativo e do viver colonizador […]”

Pdf: África: Revista do Centro de Estudos Africanos, USP, 11(1): 3-4, 1988.

Gerald Moser – Interlúdio norteamericano – 1960/1961.

“RESUMO: A vida e a obra de Castro Soromenho no decorrer da sua estada, como professor, na Universidade de Wisconsin (dezembro de 1960 a junho de 1961), através do depoimento de amigos e da viúva, Dona Mercedes, como elementos significativos para traçar a personalidade do escritor, são o fulcro central desta comunicação.”

 

Pdf: África: Revista do Centro de Estudos Africanos, USP, 11(1), 37-43, 1988.

Celso José Loge – Castro Soromenho e a realidade africana

“[…] o que nesses livros é tratado não poderia ser expresso – digamos, com as mesma dimensões – pela reportagem? Neles foram levantados e resolvidos problemas no plano próprio da arte, ou, pelo contrário, no da sociologia?

O nosso objetivo contudo, não é responder a essa problemática concernente à filosofia da arte, mas tentar captar os elementos da resposta contidos na situação do autor diante dessa questão.

[…]

O ideal estético está socialmente condicionado, é histórico porque depende das relações econômicas e sociais, das concepções políticas, das idéias morais, etc. Posto que as condições de vida e as idéias dos homens são diferentes, também mudam os ideais estéticos e mudam com o desenvolvimento da sociedade, também mudam os ideais estéticos, isto é, o critério para valorizar esteticamente os fenômenos da realidade e as obras de arte.

Georg Lukács afirmou que ‘em arte, quando se tem algo a dizer é preciso encontrar a forma conveniente para fazê-lo. Neste ponto sou conservador’.

Castro Soromenho tem algo a dizer. Tem uma questão ‘razoável a colocar’ […] E é a própria ‘questão razoável’, ou seja, a realidade africana que fornece ao autor a forma adequada para se expressar. Uma linguagem seca, agressiva, dura, áspera como a própria África.”

Pdf: África: Revista do Centro de Estudos Africanos da USP, 1 (1), 27-40, 1978.

Manuel dos Santos Lima – Evocação de Castro Soromenho

“Há uma rua em S. Paulo e outra em Cascais, a lembrar-nos Castro Soromenho. Dir-se-ia ontem e já lá vão vinte anos que o perdemos. Foi-se o amigo, permanece o escritor no seu posto de grande solitário. E isto poque ao fim e ao cabo Soromenho continua ainda a ser um autor de dois mundos […]”

 

Pdf: África: Revista do Centro de Estudos Africanos, USP, 11(1): 5-7, 1988.

Laura Cavalcanti Padilha – Um pacto de amizade: a tradição oral revisitada

“RESUMO: Tradição oral, narração e narrador e suas leituras na primeira fase da obra de Castro Soromenho constituem o eixo central do texto. A intenção literária do autor e a solução estética do texto são postas em relevo face à oralidade.”

Pdf: África: Revista do Centro de Estudos Africanos, USP, 11(1): 9-20, 1988.

Carlos Alberto Iannone – Aspectos da descrição de personagens na trilogia de Camaxilo

“RESUMO: O papel dos personagens na segunda fase da obra de Castro Soromenho e as várias leituras possíveis na perspectiva das fases existenciais desses personagens constituem o eixo da caracterização a partir de sua descrição.”

 

Pdf: África: Revista do Centro de Estudos Africanos, USP, 11(1) 21-30, 1988.

José Carlos Venâncio – Uma abordagem (possível e etnológica) do texto literário escrito

“RESUMO: A partir de uma revisão teórica de alguns textos relativos às possíveis leituras do texto literário escrito, o autor, a título de exemplo, utiliza trechos da obra do poeta angolano José da Silva Maia Ferreira e do romancista Castro Soromenho para exemplificar sua hipótese relativa a uma leitura ideológica.”

Pdf: África: Revista do Centro de Estudos Africanos, USP, 11(1), 137-142, 1988.

Fernando A. A. Mourão, Claudio A. Furtado e Francisco Valente – Bibliografia sobre Fernando Monteiro de Castro Soromenho

Neste e nos próximos sete posts, relacionamos trabalhos publicados sobre Castro Soromenho na revista África do Centro de Estudos Africanos da USP. Iniciamos com uma bibliografia que se tornou obra de referência obrigatória para os estudos a respeito do escritor.

Pdf: África: Revista do Centro de Estudos Africanos, USP, 11(1), 165-186, 1988.

03/06/2015

Alexandre Pinheiro Torres – Propedêutica à “Trilogia de Camaxilo”, de Castro Soromenho

“Ultrapassada a fase de estudo do Negro, praticamente fora do contacto do Branco, com o objectivo de revelar valores humanos, sociais e culturais que lhe são específicos, demitindo pois, na esteira de Frobenius, a pressuposição de que o indígena africano nada mais seria que um macaco superior excelentemente dotado, fase que vai de Nhári, 1938, até Calenga, 1945, passando por Noite de Angústia, 1939, Homens sem Caminho, 1942, e Rajada e Outras Histórias, 1943, Castro Soromenho (1910-1968), nascido em Chinde, Moçambique, mas tendo vivido longos anos no Nordeste de Angola, havia de completar com Terra Morta, 1949, Viragem, 1957, e A Chaga, 1970, aquilo a que me permito denominar de Trilogia de Camaxilo.”

 

O clássico artigo de Alexandre Pinheiro Torres, publicado na Colóquio – Letras, n. 39, setembro de 1977, da Fundação Calouste Gulbenkian, está disponível no sítio da revista (aqui).

 

21/05/2015

Atualizações na página Artigos de Castro Soromenho

7. Na Présence Africaine.

“Portrait: Jinga, reine de Ngola et de Matamba, Présence Africaine, Paris, n. 42, p. 47-53, 1962.

8. Na Révolution

8.1 “Jinga: reine de Ngolas”, Révolution, Paris, n. 12, p. 58-68, oct./nov. 1964, seção: L´histoire véritable.

8.2 “L´arbre sacré” (tradução de A arvore sagrada, de Rajada e outras histórias), Révolution, n. 8, 1964.

Para obter cópias desses trabalhos, entre em contato com o SOBRECS.

18/05/2015

Novos trabalhos na página Artigos de Castro Soromenho

5. Instrumentos de música dos bantus

6. Pesquisas realizadas no Centro de Estudos Africanos da USP.

6. 1 Lunda: da formação do império as fronteiras coloniais.

6.2  Introdução aos estudos históricos-sociológicos sobre a fundação da Colônia de
Angola: Encontro com o passado I, II; Os velhos impérios entre o Sahara e a floresta
equatorial, I, II, III; Primeiros contactos entre europeus e povos do Golfo da Guiné;
Presença européia no Reino do Congo I, II e III.

Para obter cópias desses trabalhos em pdf, entre em contato com o SOBRECS.

Novo trabalho na página Artigos em Jornais sobre Castro Soromenho

Incluímos o trabalho “Os Escritores Portugueses falam sobre a colocação dos livros portugueses no Brasil,”com depoimentos de  de Castro Soromenho, João de Barros e Alexandre Cabral, publicado no Jornal Magazine da Mulher, 32, Outubro de 1953, p. 12-13.

O SOBRECS agradece a Vergilio D. Frutuoso o envio deste material.

Na página Dossiê Pide, a edição histórica do Portugal Socialista

A edição de 1 de janeiro de 1968 do Portugal Socialista está no item 10 da página. Para os estudos sobre Castro Soromenho, destaque para os Documentos I e II. Embora não conste na edição, a carta apresentada no Documento II foi assinada por António Macedo, Mário Soares, Joaquim Catanho de Menezes e Gustavo Soromenho

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol. 1 – 21 a vol. 1 – 40)

Filed under: Acervo Castro Soromenho — sobrecs @ 16:37

28/04/2015

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África (vol. 1-10 a vol 1-20)

Filed under: Acervo Castro Soromenho — sobrecs @ 9:27

08/03/2015

Novas fotos na página Acervo Fotográfico: África

Filed under: Acervo Castro Soromenho — Tags: — sobrecs @ 11:31

Na página, a apresentação do plano de divulgação das fotografias e novo material.

24/02/2015

A Chaga – A capa da edição frustrada

A primeira tentativa de editar A Chaga não teve exito. Abaixo, a prova da capa que nunca foi utilizada.

Em 1970, o livro foi publicado pela Civilização Brasileira.

A Chaga  - A edição frustrada

23/02/2015

Artigos de Castro Soromenho II

Acrescentamos na página Artigos de Castro Soromenho os seguintes trabalhos:

O Japão na literatura portuguêsa, em Suplemento Literário de O Estado de São Paulo, 1966.

Trecho:

“Esse encontro foi determinante para o homem frustrado que foi Wenceslau de Morais, porque lhe deu uma nova visão do mundo. Foi a partir desse momento que ele se decidiu pelo Japão, objetivando uma velha aspiração de renuncia, que só não foi total porque o homem que trocou a alma ficou preso ao seu país pela língua em que escreveu. Trocou a sua alma, mas não trocou a língua, talvez para melhor servir o Japão e melhor o revelar a um povo da Civilização que ele repudiara.”

 

Imagem de Angola, em Semana Portuguesa, 1966.

Trecho:

“Os últimos homens que calejaram a palma dos pés nos trilhos caravaneiros da borracha, dobravam os cincoenta anos de idade quando, em 1961, ecoou em toda Angola o grito de “vitória ou morte” lançado pelos guerrilheiros que lutam pela independência da sua terra sob domínio colonial.”

Viragem – União dos Escritores Angolanos, 1988

Viragem UEA 1988

A Chaga – União dos Escritores Angolanos, 1988

A Chaga UEA 1988

Terra Morta – União dos Escritores Angolanos, 1988

Terra Morta UEA 1988

03/02/2015

Novos documentos na página Dossiê PIDE – VI

Filed under: Acervo Castro Soromenho, Dossiê PIDE (posts) — sobrecs @ 12:14

No item 7. da página, a PIDE registra a publicação de Terra Morta na URSS; no item 8. Informações sobre “viagens de terroristas”, entre eles Castro Soromenho, e a respeito de Câmara Pires e o MPLA; no item 9. várias páginas sobre as atividades na Europa e no Brasil do movimento de anistia aos presos e exilados políticos portugueses.

29/12/2014

Novo documento na página Dossiê PIDE – V

Filed under: Acervo Castro Soromenho, Dossiê PIDE (posts) — sobrecs @ 10:46

O novo documento (sete folhas) está no item 6. da página.

“Está provado que de Castro recebe frequentemente na sua residência africanos e portugueses de raça branca, para os quais teria obtido documentos falsos. Essas relações, muitos vêm e vão de noite, atraíram a atenção da vizinhança.”

“De Castro sai do seu domicílio todos os dias próximo das 11 horas, a fim de deitar correspondência registrada nas estações dos correios muito afastados do seu domicílio. Costuma realizar também numerosas entrevistas nos cafés, donde telefona ao correspondente que aguarda. Mantém relações contínuas com um estudante pintor de arte brasileiro, Silva Benjamin, nascido a 15-3-1925 em Ceara (Brasil) que beneficia de uma bolsa de estudos e que entrou em França em 1960 por Modane.”

Benjamin A

27/12/2014

Fotos: Castro Soromenho e o mais velho general do exército português

Filed under: Acervo Castro Soromenho — sobrecs @ 12:02

CS e o mais velho general

 

No verso da foto, consta: “entrevistando o mais velho general do Exército Português – entrevista publicada no Jornal da Tarde”. Provavelmente anos 40.

23/12/2014

Viragem – Biblioteca de Literatura Angolana: Pré-independência, 2004

Filed under: Acervo Castro Soromenho, Capas de livros — sobrecs @ 22:49

Viragem BLA1

 

 

 

 

 

BLA pre-independencia                                     Viragem BLA2

 

 

 

22/12/2014

Artigos em jornais sobre Castro Soromenho – III

Filed under: Acervo Castro Soromenho — sobrecs @ 12:18

Adicionamos dois documentos na página Artigos em Jornais sobre Castro Soromenho.

No item 7. da página, o artigo “O partido manda e os dois obedecem” de 1961. Esse artigo foi uma reação à conferência de Castro Soromenho e António José Saraiva que é mencionada em documento que consta na página Dossiê PIDE.

No item 8., apresentamos o que supomos ser uma tradução enviada a Castro Soromenho de notícia publicada na URSS referente a um encontro com o escritor no Instituto da África da Academia de Ciências da URSS.

20/12/2014

Fotos: Castro Soromenho, Zdeněk Hampejs e Cardoso Pires.

Filed under: Acervo Castro Soromenho, Literatura — Tags: — sobrecs @ 9:10

CS Zdenek Hampejs e JCPCastro Soromenho, Prof. Zdeněk Hampejs e José Cardoso Pires. Não conseguimos identificar o último à direita. Provavelmente final dos anos 50 ou começo dos 60.

 

 

19/12/2014

Danièle Jay: correção.

Percebemos que o pdf do trabalho de Danièle Jay, “Angola”, estava danificado (as últimas páginas estavam em branco). Colocamos o arquivo correto no post (e aqui).

17/12/2014

Artigos em Jornais sobre Castro Soromenho – II

Filed under: Acervo Castro Soromenho — Tags: — sobrecs @ 1:56

Sa da Costa Evocacao1

 

Um ano após do 25 de abril, a Sá da Costa Editora lançou Terra Morta em Portugal. Nesse ano e em 1977 a editora enviou a Mercedes de la Cuesta cópias de artigos e notas que saíram em diversos jornais. Eles permitem compreender a recepção do livro num Portugal finalmente livre da ditadura e censura. Na página Artigos em Jornais sobre Castro Soromenho, colocamos um arquivo  em Pdf de doze páginas com as cópias desses artigos; as pequenas anotações e as informações relativas aos periódicos e datas são da própria editora.  Embora umas poucas cópias sejam de qualidade sofrível, a indicação bibliográfica facilitará aos interessados localizar versões mais legíveis.

 

Sa da Costa Evocacao2

 

 

16/12/2014

Mrtvá semě- Edição tcheca de Terra Morta, 1960

Filed under: Acervo Castro Soromenho, Capas de livros — sobrecs @ 21:43

Mrtva ed tcheca de Terra Morta0001

Mrtva ed tcheca de Terra Morta0002

15/12/2014

Fernando Namora: caricatura de Castro Soromenho, 1958

Filed under: Acervo Castro Soromenho — sobrecs @ 8:43

Caricatura de CS por FN

 

No verso do convite para o jantar de homenagem ao Prof. Doutor Vieira de Almeida, 30 de junho de 1958.

Convite jantar V Almeida                                                                                                       Janta em homenagem Prof Vieira de Almeida

Nhárí – 1938

Filed under: Acervo Castro Soromenho, Capas de livros — sobrecs @ 7:56

Nhari 1938

Viragem – Arquimedes Edições, 1967

Filed under: Acervo Castro Soromenho, Capas de livros — sobrecs @ 7:55

Viragem Arquimedes edicoes 1967

14/12/2014

Fotos: Aquino de Bragança e Castro Soromenho

Filed under: Acervo Castro Soromenho — sobrecs @ 21:24

CS e Aquino de Braganca

No verso da fotografia consta “Paris, setembro de 1956”; provavelmente foi tirada na época do “1º Congresso Internacional de Escritores e Artistas Negros”, realizado pela revista Présence Africaine, do qual participaram Aquino de Bragança, Manuel dos Santos Lima, Mário Pinto de Andrade, Joaquim Pinto de Andrade e Castro Soromenho.

Não sabemos precisar a data em que Bragança e Castro Soromenho se conheceram. Segundo Boaventura de Sousa Santos, “[e]m 1954, na senda dos seus amigos e companheiros Edmundo Rocha e Marcelino dos Santos, [Aquino de Bragança] muda-se para Paris onde se inscreve no Instituto de Ciências Políticas. […] Desta época datam a sua especial relação com Mário de Andrade e a sua amizade com personalidades como o poeta cubano Nicolás Guillén, o escritor Castro Soromenho, e com intelectuais franceses como Henry Lefébvre e Jean-Paul Sartre, entre muitos outros.” (Souza Santos, 2011: p. 21)

———

[1] Souza Santos, Boaventura 2011. “Aquino de Bragança: criador de futuros, mestre de heterodoxias, pioneiro das epistemologias do Sul”, in: Teresa Cruz e Silva et al. (eds). Como Fazer Ciências Sociais e Humanas em África : Questões Epistemológicas, Metodológicas, Teóricas e Políticas.

http://www.boaventuradesousasantos.pt/media/Aquino%20de%20Bragan%C3%A7a_2012.pdf

13/12/2014

Danièle Jay – Angola

Daniele Jay 1

(Texto completo em PDF :Danièle Jay)

Daniele Jay 2

Trabalho de 1965 editado pelo Comité de Soutien a l´Angola et aux Peuples des Colonies Portugaises, e (parece-nos) distribuído pelo Movimento Popular de Libertação de Angola – MPLA. Esse estudo também está disponível no Arquivo Mário Pinto de Andrade. Na versão desse arquivo, há uma errata escrita à máquina; na do Acervo Castro Soromenho, essas correções estão escritas à mão no próprio texto por Nanièle Jay.

O estudo, aberto com a belíssima citação de Martin Luther King, aborda aspectos históricos e socioeconômicos de Angola e as diversas etapas da luta política contra o colonialismo, com forte acento na criação do MPLA. Como assinala a ficha técnica da versão da Fundação Mário Soares, “a seguir à bibliografia, inclui um agradecimento a Castro Soromenho […] cuja colaboração foi preciosa para a realização deste estudo”. Na bibliografia consta – além de Terra Morta, Viragem e Maravilhosa Viagem – um trabalho de Castro Soromenho, Problemas de Angola (ver abaixo), que não é referenciado em nenhuma das biobibliografias que conhecemos sobre o escritor.

Daniele Jay Angola B

Fotos de  Castro Soromenho, Danièle Jay e Mercedes de la Cuesta – Villejuif, 1965.

CS e Daniele Jay

CS Daniele Jay e Mercedes

12/12/2014

Novo documento na página Dossiê PIDE – IV

Filed under: Acervo Castro Soromenho, Dossiê PIDE (posts) — sobrecs @ 12:43

Item 5. da página. Pequena “biografia” sobre Castro Soromenho em francês do Dossiê :

Partisan, depuis longtemps, de l´accession à l´indépendance de l´Angola, du Mozambique et de la Guinée Portugaise, CASTRO SOROMENHO est naturellement en relations étroites avec les dirigeants des mouvements nationalistes angolais et avec les anti-colonialistes français de Paris.

Dois artigos de Castro Soromenho no Arquivo Mário Pinto de Andrade

Filed under: Literatura — sobrecs @ 4:36

Os dois artigos, possivelmente não publicados, estão disponíveis na Fundação Mário Soares:

Camps de travail forcé en Angola (sem data, mas escrito após 1951)

Le contrat, nouvelle formulle de l’esclavage (sem data)

Agradecemos a Vergílio D. Frutuoso a indicação dessas referências que também colocamos na página Artigos de Castro Soromenho.

 

 

Sobre a entrevista de Castro Soromenho a Mário Pinto de Andrade

No post Artigos em Jornais sobre Castro Soromenho – I, destacamos a entrevista do escritor a Mário Pinto de Andrade. Nele, faltou a data e o periódico. Podemos agora informar que a publicação deu-se em 1954 no Jornal Magazine da Mulher, nº 38-39 (Abril- Maio). Essas informações constam no sítio na União dos Escritores Angolanos, Bio-Quem, Castro Soromenho.

Um ponto interessante na entrevista é a divisão que o próprio escritor faz, já em 1954, da sua obra em dois ciclos: “o da revelação da autenticidade africana e o dos conflitos sociais”.

 

11/12/2014

Virage – 1962

Filed under: Acervo Castro Soromenho, Capas de livros — sobrecs @ 20:27

Virage 1962

A Chaga – 1a. edição, Civilização Brasileira, 1970

Filed under: Acervo Castro Soromenho, Capas de livros — sobrecs @ 20:15

A Chaga 1. edicao 1967

Halott Föld – Edição húngara de Terra Morta, 1964

Filed under: Acervo Castro Soromenho, Capas de livros — sobrecs @ 20:13

Halott fold 1964

Raquel Silva – Figurações da Lunda: experiência histórica e formas literárias

“A perspectiva deste trabalho será a de que as diferentes experiências históricas de Henrique de Carvalho (Expedição Portugueza ao Muantiânvua: Ethnographia e história tradicional dos povos da Lunda– 1884-1888) (1890) Castro Soromenho (Lueji Ilunga na terra da amizade) (1945) e Pepetela (Lueji: o nascimento dum império) (1989) definem a forma literária, respectivamente, literatura de viagem, um conto tensionado e um romance. Três formas literárias distintas que mantêm o elo com o texto historiográfico, pois Castro Soromenho e Pepetela se apropriam do texto de Henrique de Carvalho para elaborarem seus enredos centrais que giram em torno do espaço Lunda.”

A tese, orientada pela Profa. Salete de Almeira Cara, está disponível em Pdf  na Biblioteca Digital da USP.

Esclarecimento

Filed under: Acervo Castro Soromenho — sobrecs @ 16:07

O principal objetivo deste sítio é disponibilizar a pesquisadores material bibliográfico sobre Castro Soromenho.

A maior parte dos artigos, teses, etc. indicados encontram-se disponíveis em diversos sítios da rede. Normalmente, apenas indicamos o link desses trabalhos. Fazemos isso por vários motivos: economia de espaço no nosso sítio; respeito a direitos autorais;  e devido ao fato de que nos nossos dias as bibliotecas digitais e revistas acadêmicas organizam estatísticas de acesso – para essas instituições é importante que os trabalhos sejam acessados diretamente nos seus sítios. Por que referenciar trabalhos que já estão disponíveis na rede? Primeiro, o SOBRECS permite uma localização rápida do material que selecionamos (basta clicar nas diversas categorias). Segundo, muitas vezes links “se quebram”, trabalhos desaparecem na rede ou ficam difíceis de localizar. Guardamos cópias de todos os trabalhos indicados; se um link não mais funcionar, basta o pesquisador entrar em contato conosco (pedimos que o façam apenas se os links não funcionarem).

Disponibilizamos, igualmente, material inédito (relatórios, fotografias, etc.), que evidentemente acaba por ser copiado por outros sítios. Não temos objeções a esse procedimento (aliás, praticamente impossível de ser evitado), mas esperamos que o SOBRECS seja citado como fonte.

Por vezes, alteramos o nome de nossas categorias; geralmente para torná-las mais abrangentes e, assim, evitar a multiplicação das classificações que utilizamos.

Por último: evitamos normalmente fazer apreciações críticas, ressalvas, etc. sobre os trabalhos que divulgamos; consideramos que esse não é o nosso papel. Permitimo-nos, quando muito, uma ou outra observação a respeito da importância (reconhecida na literatura) ou do contexto desse trabalhos, e o fazemos com objetivo de informar – embora juízos de valor sejam inevitáveis, nesses casos.

 

 

 

Mistérios da Terra (Mucanda-Cangongo), 1944

Filed under: Acervo Castro Soromenho, Capas de livros — sobrecs @ 13:25

Mucanda

Exemplar recuperado por Lúcia Ido.

Cândido Beirante, em Castro Soromenho: um escritor intervalar (p. 161), um dos trabalhos mais importantes sobre a obra do escritor, afirma:

“[…] os ritos de passagem da mucanda são inacessíveis aos estranhos – e aos brancos, obviamente –, dado o seu esoterismo. Pois bem, o secretismo do ritual não impediu que o autor (plenamente identificado com o respeito que esses ritos devem merecer) obtivesse uma soma imensa de informações que lhe permitiram escrever um opúsculo sobre a mucanda (232). Esta prova de iniciação, a que se submetiam os adolescentes de ambos os sexos, com cerimónias prenhes de significação mito-simbólica, é referida expressamente, às vezes com bastantes pormenores, nos textos ficcionais soromenhos. Jovens de idades compreendidas entre os oito e os dezoito anos participam na mais importante das provas de passagem: os ritos pubertários (circuncisão e iniciação). O ritual da passagem simboliza a morte e a ressurreição, isto é, entra-se na mucanda para se morrer (ritualmente) para a criança que se era antes, renascendo para o estado adulto, reconhecido no fim aos que tiverem sobrevivido às várias provas. […]

(232) […] Mistérios da terra […] As observações etnográficas soromenhas têm sido confirmadas pelos antropólogos angolanos posteriores.”

A oposição ao Estado Novo e o colonialismo: uma referência bibliográfica

Filed under: Oposição Portuguesa — sobrecs @ 11:24

No artigo do jornal Portugal Democrático, que está na página Dossiê PIDE, diversos grupos da oposição portuguesa nas Américas pediam o fim da guerra colonial em 1966.  A oposição portuguesa ao Estado Novo sempre esteve dividida em várias correntes – como normalmente ocorre nos movimentos de resistência a ditaduras. A “questão colonial” foi durante muito tempo motivo de divergência entre os membros da oposição. Há hoje considerável literatura sobre a oposição portuguesa e suas diversas clivagens; no tocante às colonias, um artigo interessante é o de Franco Santos Alves da Silva: À luz da contradição: projetos neocolonialistas na oposição ao Estado Novo Português, na revista Em Tempo de Histórias.

 

10/12/2014

A Expedição ao País do Oiro Branco – 1944

Filed under: Acervo Castro Soromenho, Capas de livros — sobrecs @ 12:16

A Expedicao ao pais do oiro branco 1944

Novo documento na página Dossiê PIDE – III

Filed under: Acervo Castro Soromenho, Dossiê PIDE (posts) — sobrecs @ 10:41

O documento de 1962 apresenta um texto “extraído duma revista de extrema esquerda que apareceu em Paris, junto do editor FRANÇOIS MASPERO”. No texto, há uma entrevista de Castro Soromenho na qual ele narra: (1) o seu passado como funcionário colonial e recrutador de mão-de-obra em Angola; (2) as terríveis condições do trabalho forçado; (3) e as origens dos movimentos de revolta contra o colonialismo.

Novo documento na página Dossiê PIDE – II

Filed under: Acervo Castro Soromenho, Dossiê PIDE (posts) — sobrecs @ 7:39

Em 1966, no jornal Portugal Democrático editado no Brasil, os portugueses da oposição à ditadura pediam o fim da guerra colonial. Trecho:

“O povo português, em luta pela sua própria libertação não tem nem poderia ter o menor desejo de se opor à luta que travam pela independência os povos de Angola, Moçambique e Guiné-Bissau e encara êstes povos como seus aliados naturais no combate contra um inimigo comum.”

09/12/2014

Novo documento na página Dossiê PIDE

Filed under: Acervo Castro Soromenho, Dossiê PIDE (posts) — sobrecs @ 10:36

No novo documento, a transcrição do discurso de Castro Soromenho na “Conferência dos Estudantes Negros que Vivem na Europa”, realizada em Belgrado em 1962. Trecho:

Le peuple angolais ne déposera pas les armes, ne renoncera pas à la liberté tant que son droit à l´auto-détermination et à l´indépendance ne lui sera pas reconnu.”

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